PRESERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA

A preservação da Mata Atlântica sempre foi uma realidade para a Usina Serra Grande, tratada entre os assuntos de maior importância, uma vez que poderia contribuir para uma melhor distribuição das chuvas e oferta de água na região. Detentora da maior reserva florestal privada do estado de Alagoas, muito bem conservada, adensada e com árvores exuberantes, tem seus recursos hídricos bem preservados, podendo-se observar nascentes e olhos d’água aflorando dessa natureza conservada. Encantando biólogos que nos visitam, abriga também uma biodiversidade expressiva. Com a aquisição da Usina Trapiche, em Pernambuco, essa mentalidade foi expandida, assumindo as mesmas práticas ambientais nesta unidade.

As usinas vêm trabalhando no sentido de promover uma maior fiscalização de suas reservas, para proteção da flora e fauna envolvidos nesse ecossistema; ao mesmo tempo, procura repassar essa conscientização para os seus funcionários e familiares, educando-os para tal atitude ecológica.


REFLORESTAMENTO

É realizado levando-se em consideração, de um lado, o menor potencial produtivo para o cultivo e, de outro, a importância da ampliação do fragmento florestal naquela área, seja como corredor ecológico ou proteção de mananciais e açudes, substituindo-se parte do canavial por espécies nativas (Murici, Visgueiro, Sucupira, Pau Brasil, Acácia, Ipê Roxo, Cedro, entre outras).

Há também áreas reflorestadas com eucalipto, que serve como fonte energética sustentável, já que possui alto poder calorífero, além de outras exóticas, como o bambu, em áreas que rodeiam canais de água vindos dos açudes.


RECOMPOSIÇÃO DAS MATAS CILIARES

Visando uma maior proteção dos recursos hídricos (rios e açudes) e principalmente de suas nascentes, são plantadas junto às margens espécies nativas da Mata Atlântica específicas das áreas úmidas, de preferência com frutíferas que aumentam o fluxo de animais silvestres.


CRIAÇÃO DE CORREDORES ECOLÓGICOS

Interligando áreas remanescentes da Mata Atlântica, possibilitando assim um ambiente natural mais extenso, os corredores facilitam o fluxo de animais e garantem uma melhor perpetuação das espécies de nossa fauna. Damos preferência na recomposição com espécies de frutíferas nativas. Essa aposta vem nos permitindo ter um dos maiores maciços da Mata Atlântica interligados do Nordeste.


PRESERVAÇÃO DO MANGUE

Particularmente na Usina Trapiche, há uma área de 2.008 hectares de manguezais preservada. É no mangue que peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre.

Sem que as autoridades competentes percebessem, ao longo dos anos, os manguezais vinham sendo pouco a pouco degradados. Com a preocupação ambiental da atual administração, em maio de 2018, foi criada uma RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) e hoje toda essa área estuarina está plenamente recuperada. Os cuidados restringem-se à fiscalização para que esse grande manguezal permaneça vivo, completo e protegido.


DESCOBERTAS SURPREENDENTES

As matas preservadas das usinas Serra Grande e Trapiche vêm sendo um local de muita vibração para biólogos, ornitólogos e engenheiros florestais que, através de pesquisas de campo, reencontraram espécies da fauna e da flora dadas como extintas, bem como catalogaram novas, atraindo a atenção de cientistas e instituições de preservação de várias partes do mundo.

Em Serra Grande, uma grande quantidade de espécies de aves – mais de 250 – foi identificada, algumas sendo endêmicas. Podemos encontrar por aqui o Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa), ave ameaçada de extinção, e o Tiê-sangue, ave símbolo da Mata Atlântica e uma das mais espetaculares do mundo por sua plumagem vermelha. A usina participa ainda de um projeto específico para preservação de uma ave em extinção, o Mutum-de-alagoas (Mitu mitu).

Em suas matas nativas, é possível encontrar árvores muito antigas. A sapucaia com mais de 1.000 anos, na foto abaixo, uma Lecythis pisonis, segundo Tabarelli, é uma relíquia que não se encontra mais em toda Mata Atlântica nordestina. Segundo o ecólogo, durante as pesquisas, saudavam-na “o pai-da-mata”.

Já em Trapiche, fomos surpreendidos, em 2002, com o encontro da corujinha Caburé-de-pernambuco (Glaucidium mooreorum) em nossas matas preservadas, a qual era dada como extinta pela comunidade mundial dos ornitólogos e, em 2013, pela descoberta de uma nova espécie de porco espinho, o Coandu-mirim (Coendou speratus), quando foi então catalogado.



PARCERIAS E RECONHECIMENTO

Muitas parcerias em prol da conservação do meio ambiente foram desenvolvidas ao longo dos anos:

  • Pró-fauna Assessoria e Comércio Ltda, com a assessoria do engenheiro Paulo Bezerra;
  • IPMA (Instituto de Preservação da Mata Atlântica): Associação Civil, sem fins lucrativos, criada em 1996, com a finalidade de preservar os remanescentes do bioma da Mata Atlântica no Nordeste, da qual a Usina Serra Grande é sócio fundadora e a Usina Trapiche é sócia conservacionista;
  • AMANE (Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste);
  • CEPAN (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste): Instituição privada, sem fins lucrativos, fundada no ano 2000 por professores-pesquisadores e alunos de pós-graduação da UFPE;
  • UFPE e UFRPE (Universidade Federal e Rural de Pernambuco).

Estudos, citações e prêmios, pelo trabalho socioambiental realizado por décadas, foram mencionados por:

  • Jornais e reportagens locais e nacionais;
  • Revista National Geographic;
  • Conservação Internacional do Brasil – CI Brasil;
  • AMANE (Associação para a Proteção da Mata Atlântica do Nordeste);
  • IPMA (Instituto de preservação da Mata Atlântica);
  • CEPAN (Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste);
  • SNE (Sociedade Nordestina de Ecologia) – Reserva da Biosfera da Mata Atlântica;
  • Livro “Cigarrinhas da Cana-de-Açúcar: controle biológico, do entomologista Artur F. Mendonça, 2005, no qual cita a Usina Serra Grande como um santuário ecológico de inimigos naturais;
  • Livro “Serra Grande: uma floresta de ideias”, organizado por Marcelo Tabarelli... (et.al.), 2013, chefe do Departamento de Botânica da UFPE. Fruto de 13 anos de pesquisas nas reservas florestais da Usina Serra Grande, reúne traduções de artigos publicados originalmente em inglês, veiculados em alguns dos principais periódicos científicos da área ambiental, outros publicados em português, além de material inédito;
  • Diversos trabalhos de monografia e dissertações de pesquisadores, alunos e professores de universidades federais, oriundos de pesquisas realizadas nas reservas das usinas Serra Grande e Trapiche;
  • Prêmio Gestão Ambiental – Nordeste Bioscience, 2000;
  • Medalha Mérito Ambiental Professor Roldão, concedida pela Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco – Medalha de Ouro Leão do Norte, 2012;
  • Prêmio Preservação Ambiental no Master Cana, 2013;
  • Destaque “Visão de Sustentabilidade” pela STAB – Sociedade dos Técnicos Açucareiros do Brasil, 2014;
  • Prêmio Gestão da Qualidade e Sustentabilidade no Master Cana, 2016;
  • Reconhecimento pela Secretaria Nacional de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente.